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O Projeto Luto pela Vida, vem através da terapia de luto individual ou em grupo proporcionar um espaço para elaboração de perdas. Embora o nome seja de fato alusão a palavra luto que vem do latim, lutum que significa: tristeza, lástima, dor. A proposta do "Luto pela Vida", é pensar também no poder deste verbo, pois é lutando que transformamos a vivência do luto em elaboração e volta à melhor qualidade de vida, apesar das perdas. e-mail: lutopvida@hotmail.com

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

MORTE QUE TALVEZ SEJA O SEGREDO DESTA VIDA


Canto para minha morte, nesta música de Raul Seixas o confronto real com a morte, esta que negamos na tentativa de fugirmos dela faz-nos pensar sobre a importância de falar da morte para compreendermos melhor a vida.  Poder desmistificar, olhar sem preconceito sobre essa etapa de nossa vida, tida como o fim, cheia de mistérios, nos educa. Pois levamos a vida sem falar sobre a morte, evitamos pensar nela, mas a morte é democrática, por vezes imperiosa e neste percurso o destino pode nos surpreender e a negação da mesma pode causar sofrimento e adoecimento. Falar da morte é viver. Ao ouvir a música, prestar atenção aos sentimentos que emergem, possibilita entrar em contato com o eu, possibilita o autoconhecimento.


 Qual o sentido da vida?


"Bem longe de afugentar a ideia da morte, como em geral o fazemos, saibamos, pois, encará-la face a face, pelo que ela é na realidade. Esforcemo-nos por desembaraçá-la das sombras e das quimeras com que a envolvem e averiguemos como convém nos prepararmos para este incidente natural e necessário do curso da vida."  Léon Denis












Por: Sandra Moura Cavalcante - Psicóloga Clínica






sexta-feira, 29 de julho de 2016

TERAPIA DO LUTO




"A experiência do luto é poderosa. Assim também é a sua capacidade para ajudar a curar a si mesmo. Ao viver o processo do luto, a pessoa está se movendo em direção a um renovado senso de significado e propósito em sua vida.” (Wolfelt)


O acompanhamento terapêutico do luto tem como principais objetivos:




  •  Identificar e resolver os conflitos causados pela separação, pela falta, pela ausência do ente querido. Trata-se da readaptação. O enlutado passa a desempenhar papéis que antes não desempenhava e isso pode ser bastante custoso. A resolução dos conflitos exige a vivência de sentimentos e pensamentos que o paciente evitava. 
  • Permitir que o paciente viva o luto, promovendo o espaço para as manifestações de sofrimento, de pesar, que muitas vezes em nossa sociedade são encarados como fraqueza, fazendo com que o enlutado não encontre espaço para expressar seus sentimentos.
  •  Identificar e descrever as situações problema, remanejar as contingências e desenvolver novo repertório comportamental. 
  • Validar os bons momentos e sustentar a alegria quando ela vier. 
  • Encorajar o enlutado a redescobrir o prazer e o sentido de sua vida. 
  • Auxiliar o enlutado a retomar suas atividades profissionais identificando, junto com ele, o melhor momento para o retorno. 
  • Prevenir situações de perdas secundárias ao luto, como a separação conjugal, no caso de pais que perdem filhos, cujo índice é altíssimo durante o primeiro ano após a morte. 
  • Estimular e orientar os pais enlutados a retomarem o cuidado com os filhos que ficam. 
  • Prevenir situações de desequilíbrio familiar após a perda de um membro da família, mantendo a união e o compartilhar da dor com transparência, evitando o pacto de silêncio.
  A terapia do luto é a expressão livre dos pensamentos e sentimentos a respeito da morte e tal expressão é parte essencial da cura.







 Fonte: Adriana Tomaz/04Estações 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

A UM AUSENTE




Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Feliz Páscoa!

Semana Santa, feriado que nos faz relembrar independente de religião a vitória da Vida sobre a Morte!
Enviaram-me esta mensagem que de tão sublime, nos resume todo o sentimento desta Santa Semana:

"Nesta sexta-feira se celebra a morte mais significativa e importante de toda a história da Humanidade. A partir dessa morte o mundo jamais seria o mesmo. A transformação foi na essência, na natureza íntima da percepção da nossa constituição: a de que somos espíritos imortais destinados a triunfar sobre a morte."

Que nesta Páscoa possamos dar um novo significado as nossas vidas!!



Uma feliz Páscoa a todos!

quinta-feira, 29 de março de 2012

A vida tem sempre razão

Tem dias que eu fico pensando na vida e sinceramente não vejo saída, como é por exemplo que dá pra entender a gente mal nasce começa a morrer... Com essas palavras Toquinho inicia essa bela música que nos põe a refletir sobre a vida e também... sim sobre a morte!

Algumas pessoas nos perguntam: Como é que se trabalha com algo tão sinistro? Cruz credo!!  Como se falar sobre a morte ou o morrer fosse algo que atraísse maus agouros. Bem, primeiro é importante explicar que não trabalhamos com a morte, mas sim com a vida!
 É possível uma educação para a vida e para a morte, uma dá sentido a outra e de fato não há nada de romântico perder alguém querido... Mas perdas necessitam de lutos para serem elaboradas e o entendimento disso facilita este processo sem adoecimentos.
Vivemos a cada dia um ritual de encontros e despedidas e a intensidade e importância que damos a isso faz muita diferença. A busca desenfreada pelo sucesso, pela felicidade, pelo dinheiro muitas vezes torna-nos cegos aos pequenos detalhes da vida, detalhes simples que fazem muita diferença  e eis que damos conta disso justamente quando perdemos alguém...
O que perdemos quando perdemos alguém é bem mais complexo, mas certamente se pudermos pensar que a finitude virá pra todos os viventes, poderemos pensar o que perdemos exatamente?

Fica a reflexão acompanhada de uma frase do nosso imenso poeta mineiro: Carlos Drummond de Andrade: "ESTAMOS ACOSTUMADOS A PENSAR AUSÊNCIA COMO FALTA, A AUSÊNCIA INTERNALIZADA NOS HABITA"

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

PROJETO: LUTO PELA VIDA

Perder alguém importante em nossas vidas pode nos deixar impotentes, desanimados...Mas em época onde estar triste parece ser algo surreal, onde colocamos nosso sentimento de luto?
Sendo o luto uma tristeza profunda pela perda de alguém, um período para manifestar este sentimento de tristeza, é preciso lutar para não transformar este momento doloroso em algo crônico ou patológico. Não por acaso, o sentimento descrito para este momento seja o luto. Envolto em tabus e mitos, o luto precisa ser desmistificado, sofrido e vivido como parte do processo da vida, da nossa vida. Por mais doloroso que seja ou que possa parecer não podemos negligenciá-lo...
É possível viver bem e feliz apesar do luto?
É possível passar por ele, por suas fases, entendendo-o como um processo. O respeito por seus sentimentos dia após dia faz parte dessa nova caminhada. A urgência em ser feliz pode atrapalhar este processo, a palavra de ordem é RESPEITAR-SE.
Estar de luto é esforçar-se algumas vezes para encontrar alegria e prazer além da dor, não é à toa que a palavra luto nos remeta a “lutar”.
Lutar significa de acordo com Houaiss (2010), esforçar-se para superar, vencer, conseguir algo...

O Projeto Luto pela Vida vem colaborar no acolhimento desta dor, não a subestimando ou extinguindo-a, mas colaborando para o enlutado elaborar perdas e dar novo significado a vida a partir das perdas, a partir da dor.

domingo, 8 de janeiro de 2012

O grão da Mostarda (Sabedoria Budista)

"Uma mulher cujo filho pequeno acabara de morrer corria pelas ruas desesperada, implorando a todos um remédio mágico que restituísse a vida de seu filho.
Alguém então lhe disse para pedir a Buda.
Ela subiu a montanha até ele e implorou a vida de seu filho. Buda respondeu: Vá até a cidade e traz-me um grão de mostarda de uma casa onde não tenha morrido ninguém. Ela desceu a montanha e correu as casas da cidade sem encontrar uma única casa onde ninguém tivesse morrido.
Assim ela voltou até Buda mais reconfortada e ouviu dele a verdade:
"No mundo do homem e no mundo dos deuses, a lei é uma só: todas as coisas são passageiras."